Excessivamente

Excesso: s.m. Quantidade a mais, o que excede os limites ordinários...

...Ela estava fragilizada como há muito não estivera.
Palavras maldosas invadiram sua mente sem permissão. E depois de tudo, ela ainda era obrigada a ser forte, impenetrável. Foi uma promessa, feita internamente por ela mesma. Nunca mais poderia cair. Nunca mais poderia chorar. Nunca mais.

Mas como pode um amor matar assim?
Uma alma que se vai, que quase se renuncia. Não. Havia prometido que não ia abdicar de si mesma. Havia jurado que não ia chorar.
Mas como pode um amor matar assim?
Assassinando todas as entranhas, toda a felicidade há pouco vivida. Havia jurado que não ia chorar, mas chorou. Pediu. Implorou. Ligou. Chorou mais. Mas estava tão feliz! Qual foi o acontecimento insólito que fez tudo desmoronar? Ela também não fazia ideia.
Será que esse tal amor-próprio que ela adquiriu se tornou obsoleto? Inútil, antiquado demais para suas exigências vitais? Amor-próprio nem sempre é o bastante. Para ela não foi.
Mas como pode um amor matar assim?
Estraçalhando todo o teto de vidro que "ele" sabia em que cômodo se encontrava. Será que é proposital? Ou será que o acontecimento "insólito" era "ele" próprio?
E agora vejo nela uma semi-vida intrigante. Olhando as fotos, ouvindo AS músicas. Será que isso é fixo? Será que não poderá ser revertido? Amor é algo que destrói, ao mesmo tempo que pode ser algo lindo, pode ser o pior de todos os pesadelos humanos.
E o sentimento dela hoje é réplica de um verdadeiro pesadelo.
Se "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", expliquem-me o que a pobre alma cativou para ser tão injustamente responsabilizada. Sempre tão amável, disposta... E agora, chora. Por dentro, tímida. Mas chora. Havia jurado que não ia chorar.

Como pôde um amor matar assim?
Ainda continua lutando contra as lágrimas, contra a evaporação de sonhos, dos planos. Ela havia jurado que não ia chorar... E um dia, vai conseguir.

Palavras...

0 comentários: