Excessivamente

Excesso: s.m. Quantidade a mais, o que excede os limites ordinários...

Bom, há muito não venho aqui não é? Tenho andado sem inspiração geral, e também quase não tenho lido ou visto jornal, por um motivo simples... Estou querendo tampar o sol com a peneira, assumo... Por que? Já viram quantas desgraças andam acontecendo? A idosa de 98 que matou a outra no asilo, o padrasto que encheu seu enteado de 2 anos de agulhas (mais precisamente, 50 delas), as chuvas torrenciais que matam mais e mais a cada dia. E eu, “envelhecendo”, não tenho mais estômago para isso. Prefiro, ultimamente, falar sobre coisas superficiais... Ou nem tanto, para mim...

Terminei de ler ontem o livro Marley & eu, e me encantei mais uma vez com a história desse cãozinho sapeca e famoso. Decidi escrever sobre eles hoje, os cães.
Eu tenho o meu mascote, quer dizer, nós (família) temos. Seu nome é Bernardo. O adotamos quando ele tinha acabado de nascer, pois a mãe o havia rejeitado. Nós estávamos a procura de um “segurança” para nossa nova casa, para qual iríamos nos mudar dali a um mês... Nisso conhecemos os filhotes, um mais lindo que o outro... Só que aquele (AQUELE) tinha uma cara de bobão que não podemos resistir... Tinha uma magia no olhar, e naquele momento, escolhemos o cara que ia ser nossa alegria, nossa maior paz!
Ele dormia numa caixinha de papelão, com uns ursinhos fofos, mas simplesmente não era o suficiente para ele... E durante vários dias o fiz dormir, ninando e cantando para ele... Muitas vezes até 4:00 da manhã nessa tentativa! Nunca imaginei que aquela minha atitude o faria virar um cachorro mimado e idiota. Naqueles dias, destruí nosso “segurança” e o tornei um grande pamonha que tem medo de fogos!
Nosso quintal é bem grande, e nosso filhote aproveitou bastante esse espaço. Aprendeu a odiar rolinhas, e com isso, aprendeu a caçá-las. Aprendeu a odiar pipas, e com isso, tentar caçá-las. Aprendeu a fugir de casa... E com isso... Por várias foi atrás de um de nós por metros de distância, atrasando nossos compromissos. Subia na cama, principalmente nas épocas de chuva (nem preciso mencionar o que acontecia). Roubava sapatos para deitar neles, roupas para deitar nelas... Sempre um pestinha, contudo, esteve comigo em momentos de solidão e perda, mostrando que o amor que ele sentia era magnífico comparado com qualquer outro, e com o tempo fomos vendo que sua maior vontade era estar perto de nós, e hoje, temos consciência de seu extremo carinho, confiança e lealdade. Minha beldade canina é na verdade um príncipe reencarnado em forma de vira-lata, com suas orelhas esvoaçantes, seu jeito desastrado e seu amor incondicional. Atualmente ele é cismado com moscas minúsculas, tenta pegá-las de todo o jeito, parecendo um perturbado mental vendo espíritos, também tenta caçar trovões e isso é até meio embaraçoso de falar. Mas é um verdadeiro anjo, protetor, nobre e lindo. É sincero, é fiel, é pacífico. Está com seus 4 aninhos, e esperava muito que ele estivesse aqui com sua paz para toda a eternidade, mas sei que não será desse jeito e isso me enlouquece. Sei que viverá por no máximo mais 10 anos, sei que não deveria ser tão marcante, mas ele é. È doce, pateta e moleque. Meu bebê, meu Bernardo, meu anjo negro.


Há como ser superficial quando algo te marca tanto? Claro que não!

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